VATICANO, 1 de fev de 2007 às 12:40
A Santa Sé deu a conhecer nesta quinta-feira o discurso do Arcebispo Celestino Migliore, observador na ONU, em que expressou a firme decisão do Vaticano de não assinar a controvertida Convenção sobre os direitos dos Portadores de Necessidades Especiais, por conter inaceitáveis elementos que promovem o aborto.
A controvertida convenção foi passada pela assembléia geral o passado 13 de dezembro e deverá ser assinada pelos Estados membros em 30 de março.
Em uma nota que acompanha o discurso do Dom Migliore, recorda-se que “do início dos trabalhos, em julho de
Em sua intervenção, o Arcebispo Migliore destacou que “a Santa Sé pediu insistentemente que as pessoas Portadoras de Necessidades Especiais sejam integradas completamente na sociedade, com a certeza de que possuem direitos humanos plenos e inalienáveis”.
Referindo-se ao artigo 23, afirmou que sua delegação “interpreta todos os termos e frases sobre os serviços de planejamento familiar, regulação da fertilidade e matrimônio, assim como a palavra ‘gender’ (gênero), como fez em suas reservas e declarações de interpretação nas Conferências do Cairo, sobre População e Desenvolvimento (1994) e da Beijing, sobre a Mulher (1995)”.
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O Arcebispo Migliore destacou que o artigo 25, onde fala da saúde e mais em concreto à saúde sexual e reprodutiva, “a Santa Sé entende o acesso à saúde reprodutiva como um conceito global que não considera o aborto ou o acesso ao aborto como uma dimensão nestes termos”.
Entretanto, acrescentou o Prelado, “opusemo-nos à inclusão desta frase no artigo porque em alguns países os serviços de saúde reprodutiva incluem o aborto, negando o direito inerente à vida de todo ser humano, que também é consolidado pelo artigo 10 da Convenção”.
Conforme explicou Dom Migliore, “É trágico que a Convenção, criada para proteger os portadores de necessidades especiais de toda discriminação no exercício de seus direitos, seja usada para negar o direito fundamental à vida das pessoas portadoras de necessidades especiais não nascidas”.